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sexta-feira, abril 27, 2012

Fomos caloiras da essuuua

 
Num piscar de olhos estavamos de 4, com os joelhos doridos, outras vezes de 3 "testa no chão lama", não esquecendo as inúmeras flexões e a humilhação da submissão. A faina é dura, é cansativa, às vezes mete-nos lágrimas nos olhos pela frustração de ficar 1 hora do duche e não conseguir limpar todos os vestígios da praxe. Apetece cortar o cabelo de tantos nós. Até que chega aquele dia em que começas a rir e a gostar da faina e começas a ser castigada por rir, o que te faz rir ainda mais. Vês os veteranos impiedosos a rir e dá-te vontade de rir. Vês a vergonha e as coisas que os outros aluviões fazem, e ris-te com eles. Ris tanto que te doi a barriga. E chega a um momento que adoras a praxe. Foi o momento em que o espírito de Aveiro entrou em ti, o momento em que sabes que a vida académica é o melhor momento da tua vida e que tens que agarrar esta oportunidade e vivê-la como se não houvesse amanhã. É a ânsia de poder ter o orgulho de trajar, de lavar as lágrimas no gabão e deixar voar toda a mágoa junto a ele. O traje que hoje vestes, simboliza o sofrimento que passaste para merecer usá-lo, para seres digno de pertencer a algum lugar, a este lugar. Nós crescemos, e hoje, somos moliços.